Poemas noturnos

Em claro

Ataca novamente
Enquanto estou indefeso
Chega o vilão da noite.
Em choque tremendo no vento
Me faz descer descontrolado
Bem no último momento...
Um grito, já estou acordado
Sinto agora um peso
Causa grande incômodo
A noite será assim mesmo
Noite macia,
Porém trancado em agonia.

Com minha dor

Incomoda a pedra batendo,
Aos poucos ela pára
E acaba em dor
E o peso grita
Chama forte, queima
Atravessando a morte
E em meu coração
Se arrepende,
Não encontra saída
E procura cegamente
Aos poucos, sente
Que a dor é inválida.
Mas agora fazer o quê?
Já sei até o caminho
Aceito isso porque
Agora estou sozinho.

Fora de si

Choque, o tempo passando
Firma os limites em minha mente
Quando não se escuta, entende,
O desejo de querer tudo.
Dominando os nervos
Incontrolável vontade
Fora de ser sua qualidade
Usa para dominar-nos.

Vida invadida

Invade meu quarto na madrugada
E me separa do que sou,
Se concentra na coisa amada
E em qualquer coisa que encontrou.
Passa um tempo até cansar
Se esquece de ir embora
E amanhã no encontrar,
O dia fica, a noite chora.